Eis que volta

Era 29 de agosto de 2005. Segunda-feira virginiana.
Não consigo imaginar um dia mais virginiano que segunda-feira. E, no entanto, sagitário resplandece, com ascendente em leão, lua em câncer e vênus em escorpião: Por um Triz!
Eu disse:

Algo a dizer. Talvez o mesmo. Talvez o nada.Olha,
Ser artista na cidade é comer um fiapo, é vestir um farrapo, é ficar à vontade, é vagar pela noite, é ser um vaga-lume.
(Será que é pintura o rosto da atriz?)
É catar uma guimba, é tomar uma pinga, é pintar um tapume.
(Será que é uma estrela? Será que é mentira? Será que é comédia? Será que é divina?)
É não ter documento, até que o rapa te pega, te dobra, te amassa e te joga lá dentro.
– E se eu pudesse entrar na sua vida… -O perigo de ser feliz quebra os cacos: tudo por um triz.

Talvez não faça diferença, mas o grito mudou de cor.
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(Trechos de A Cidade dos Artistas e Beatriz, ambas músicas de Chico Buarque de Holanda).
Inquietação: o que morrera, volta, agora, renovado.

Pleonasticamente antitética, é o que dizem de mim os astrólogos.
Também não consigo imaginar algo mais eu do que esse nome, do que esse blog, esse lugar.
Por um Triz! sou eu, tudo o que gostaria de ser, tudo o que Por um Triz! não foi ou se transformou.
E eis que volta. Leoninamente. No mesmo mês em que nasceu. Dias e signos diferentes.
Algo a dizer. Talvez o mesmo. Talvez o nada.
Talvez não faça diferença, mas, se fizer: entre. E fique à vontade.

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