Streets Bloom… Over and over again…

Minha paixão pela urbe vem desde sempre.  Sou uma daquelas paulistanas com paixão descomunal pelos becos e avenidas da megalópole. É mais forte que eu. Amo seus descontornos, seus sons, seus cheiros. Até suas contradições, que beiram o absurdo. Tudo é matéria para escrita, pra arte, pra reflexão. Tanto que, há alguns anos atrás, juntei um grupo de amigos artistas e pleonasticamente loucos, que, como eu, queriam des-vendar as contradições da cidade-muito-além-do-cinza. O projeto começou se chamando “Projeto Concreto”, mas também foi chamado de “Cimento Fresco”. Conseguimos o apoio do pessoal da Casa das Rosas e a adesão de vários entusiastas, que chegavam a nós pelos nomes de alguns dos artistas envolvidos (alguns já consagrados) ou pela editora que eu tinha na época. Infelizmente, não conseguimos o patrocínio necessário e também não queríamos vender nossos sonhos em troca de algum troco. Sim, idealistas ao extremo. Como até hoje.

O fato é que minhas pesquisas sobre esse infinito tema continuaram ao longo de todos esses anos. E me fizeram descobrir projetos muito interessantes já em movimento. Um deles é o do Coletivo Desejos Urbanos que, em parceria com o Cinema de Rua, produziu a animação Streets Bloom, selecionada para a mostra Olho Neles, do Anima Mundi 2013. A produção lança um olhar sobre a rua para além da ideia de local de passagem, e se pergunta: “Onde a rua acaba? No instante de um olhar, no atravessar de uma passarela, no estender de nossas memórias ou no tempo em que um passarinho permanecerá no meu bolso?”.

Eu diria que essa rua não acaba nunca.

Com amor & delicadeza, compartilhamos mutuamente...

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